:

  • Venezuela está fora da lista de países parceiros dos Brics


  • Países que compõem o Brics concluíram nesta terça em Kazan, durante reunião, a relação de países que poderão aderir ao grupo de parceiros do bloco.

A Venezuela e a Nicarágua estão fora da lista de possíveis países parceiros do Brics.

Essa decisão é compatível com os interesses do Brasil, que não queria os dois países no bloco.

O governo brasileiro pressionou politicamente para que os dois países não entrassem para essa  lista.

De acordo com fontes que foram ouvidas, “os russos sabem da irritação de Lula com o Maduro [presidente da Venezuela, reeleito em eleição contestada]”.

O Brics é formado por um grupo de países de economias emergentes originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia e África do Sul (as iniciais em inglês dão nome ao grupo, que significa tijolos, também em inglês, numa concepção surgida no meio acadêmico no início do século de que esses países construiriam o futuro do mundo).

Outros países aderiram aos Brics no início do ano: Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Um encontro da cúpula está sendo realizada essa semana em Kazan, na Rússia.

Os membros que fazem parte do Brics fecharam nesta terça-feira (22), durante uma reunião, a relação de países que podem fazer adesão ao grupo de parceiros do bloco.

Países como Belarus, Bolívia, Cuba, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã estão nessa lista.

Os líderes dos países membros do Brics, que estão na Rússia, discutirão em jantar a adesão de cada um dos listados. Não está definido se todos eles passarão a fazer parte do grupo de parceiros do Brics.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou ao seu time de articulação internacional que o Brasil deveria se posicionar contra o ingresso da Venezuela no Brics.

Esse mesmo recado foi dado pelo assessor especial da Presidência da República e ex-chanceler, Celso Amorim, que se pronunciou contra a adesão.

A participação do presidente Lula era esperada na cúpula dos Brics, porém não viajou por recomendação médica, após cair no banheiro de casa e bater a cabeça. Apesar do incidente, o presidente passa bem de saúde.

As relações entre o Brasil e a Nicarágua foram afetadas em agosto, após o governo nicaraguense resolver expulsar o embaixador brasileiro, Breno Souza da Costa.

Utilizando o princípio da reciprocidade na diplomacia, o governo brasileiro mandou embora a embaixadora da Nicarágua em Brasília, Fulvia Matu.

A Venezuela está enfrentando forte repressão do ditador Nicolás Maduro e cenário ruidoso com o governo brasileiro e diversos outros atores globais.

O chanceler Mauro Vieira, chefe da delegação do Brasil em Kazan, deve conversar com o presidente Lula logo mais, para tratar da lista final de países.

Nas negociações também foi incluído um reforço sobre a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, pleito da diplomacia brasileira que vem sendo defendido pelo presidente Lula.